Pesquisa com pessoas que têm medo de aranha apontou afinamento em uma
região cerebral ligada ao medo e à ansiedade
Ter um pavor desmedido de alguma coisa pode diminuir o cíngulo
anterior do córtex (mais conhecido pela sigla inglesa ACC). Foi a conclusão de
um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP-Ribeirão,
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Universidade Federal do ABC
(UFABC) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A fobia específica de aranhas foi escolhida por se tratar de uma das
mais comuns: segundo dados utilizados na pesquisa, 12% das mulheres e 3% dos
homens sofrem com o medo de animais. Apesar de ser tão comum na sociedade, a
literatura científica de análise de neuroimagens voltada para as fobias ainda é
pequena – o que motivou os pesquisadores.
Quando submetidos a exames de ressonância magnética e de
espectroscopia, aqueles que tinham fobia de aranha mostraram diminuição no ACC.
Estudos comprovaram que a região tem relação com a percepção do medo e
ansiedade, além de ser ativada em casos de distúrbio emocional – tais como
transtorno obsessivo compulsivo, estresse pós-traumático e síndrome do pânico.
A respeito dos afinamentos verificados na espessura da região, ainda
não se sabe se podem causar doenças. O coordenador da pesquisa José Crippa
explica que “é possível que sejam uma consequência e não a causa das fobias”,
disse em entrevista à Agência USP. Para ele, apesar dos resultados estarem
ainda em fase preliminar, a pesquisa é importante pois confirma o vínculo do
cíngulo anterior do córtex com patologias da ansiedade, e abre caminho para uma
maior compreensão da neuroanatomia do medo.
Fonte: O Galileu
PDF







Comentar Pelo Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário