De acordo com o pensamento religioso e a opinião popular, “sinal” é um acontecimento sobrenatural que permite a um indivíduo crer em determinada asserção ou promessa feita por Deus ou acerca dele. Muitos têm um interesse ávido por sinais. Os sinais são os alicerces de crenças tradicionais e de vários movimentos novos que afirmam representar um cristianismo africano.
A bíblia contém vários relatos de sinais miraculosos. Estes são um dos meios pelos quais Deus se revela aos seres humanos (Êx 3:1-4; Ez 1:1-28; At. 9:1-7). Deus é onipotente, e nada é impossível para ele. Mas podemos insistir num sinal como precondição para a fé em Deus, ou para provar que uma pessoa foi enviada por Deus? Os sinais são essenciais como prova de fé pessoal? É normal procurar sinais de Deus ou essa atitude acarreta perigos? O que as Escrituras dizem sobre esse assunto?
Em primeiro lugar, devemos observar que nem todos os acontecimentos sobrenaturais são, necessariamente, de origem divina. Como diz provérbios : “Nem tudo o que reluz é ouro”. Indivíduos descrentes como os magos de Faraó conseguiram falsificar milagres (Êx 7:20-22).
As escrituras nos instruem a considerar os sinais com cautela. Diante da proliferação de profetas e profetisas que afirmam operar milagres, é importante discernir se tais pessoas são, de fato, fiéis a Deus e á sua Palavra (Dt 13:1-5). Afinal, Cristo nos adverte de que certos sinais são enganosos e servem apenas para nos desviar da fé verdadeira e nos escravizar (Mt 24:24).
Em segundo lugar, indivíduos que buscaram sinais na Bíblia o fizeram com um propósito específico, a saber, confirmar um chamado anterior de Deus para determinada missão. Assim,Moisés,por exemplo,recebeu um sinal de Deus a fim de confirmar seu chamado para libertar o povo ( Êx 4:1-5). Gideão pediu um milagre a fim de se certificar de que devia lutar contra os midianitas (Jz 6:36-40). Os discípulos receberam sinais que confirmaram a ordem de Cristo para proclamarem o evangelho (Mc 16:20). Acima de tudo, muitos milagres foram realizados para corroborar a missão central de Jesus, a saber, perdoar pecados e conceder a vida eterna (cf. Mc 2:9-12; Jo 20:-31).
Esses sinais tinham por objetivo conduzir o povo a Deus e á sua Palavra, e não glorificar um indivíduo e exaltá-lo acima de outros. Os apóstolos recusaram-se a cair nessa armadilha.Apesar de o poder que lhes fora concedido,não aceitaram nenhum tratamento especial ou honra ao seu próprio nome ( cf., p.ex.,At. 14:8-15 e 1Co 3:4-9).
Por fim, convém observar que os sinais não constituem uma precondição para a fé nem são capazes de produzi-la. Faraó viu muitos sinais,mas ainda assim não creu (Êx 7:9-13).Semelhantemente,no tempo de Jesus,muitas pessoas não creram,apesar de todos os milagres que ele realizou (Jo 12:37). Em várias ocasiões, Jesus não atendeu ao pedido de sinais, pois sabia que, de per si, eles não poderiam transformar o coração (Mt. 12:38-39; 1:1-4).
Os sinais são dádivas concedidas pelo Senhor em sua graça a alguns membros do povo de Deus, mas não é o modo ideal de se relacionar com Deus (Jo 20:29; 1Co 12:28 -13:1). Não podem,portanto,ser considerados prova de uma fé fervorosa nem devem ser buscados como evidência de fé.Antes, um sinal é uma dádiva de Deus que confirma uma fé já existente e viva.
Não devemos esperar passivamente que nosso coração e nossa vida sejam transformados por sinais miraculosos. Se desejarmos ser libertados dos poderes das trevas na África e em outros lugares do mundo e viver uma vida de fé, não devemos buscar milagres como tantos fazem hoje em dia. Antes,devemos dedicar-nos á Palavra de Deus,a única fonte infalível da verdadeira fé cristã.
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